Adriano poderá ter sigilos bancário e telefônico quebrados


Fábio Motta/Agência EstadoFoto por Fábio Motta/Agência Estado
Jogador foi perguntado se entregou R$ 60 mil para traficantes da Penha

O Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro informou, em nota, na tarde desta quarta-feira (2) que o promotor Alexandre Themístocles, que ouviu o atacante Adriano nesta tarde, disse ser favorável à quebra de sigilo telefônico e bancário do jogador. O pedido já foi feito à Justiça pela Polícia Civil. O promotor deu um prazo de 60 dias para que as investigações sejam concluídas.
De acordo com a nota da Promotoria, há fortes indícios de que ele tenha repassado dinheiro ao traficante Fabiano Atanásio da Silva, o FB, líder de uma facção criminosa que controla o complexo de favelas da Penha, na zona norte.
A suspeita surgiu após divulgação de reportagem no jornal carioca O Dia que informou que Adriano teria repassado R$ 60 mil à quadrilha. O jogador foi ouvido durante quase duas horas no início da tarde no Ministério Público e saiu sem dar entrevistas.
Ele foi questionado sobre o nível de relacionamento com FB, se manteve contatos telefônicos ou se entregou a ele alguma quantia em dinheiro, bem ou valor. Foi questionado também se fez alguma retirada de R$ 60 mil, em dezembro do ano passado, e repassou a FB.
O promotor perguntou a Adriano também se ele frequenta o complexo da Penha, se conhece algum traficante e se já colaborou direta ou indiretamente com a facção criminosa.
Themístocles questionou o atacante sobre que motivos o levaram a posar para fotografias fazendo gestos que representam as iniciais de uma facção criminosa, se ele vinha sendo vítima de extorsão por causa das fotos e poderia identificar o autor das ameaças.
Adriano ainda teve que responder se possuía armas de fogo, se tem programada alguma viagem para o exterior e o motivo pelo qual não compareceu à delegacia de Brás de Pina (38ª DP) para prestar depoimento.
O promotor Alexandre Themístocles informou que encaminhará o inquérito para a 26ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça.  Ele solicitou à Justiça ainda que não prorrogue as autorizações para interceptações telefônicas da investigação, uma vez que tais procedimentos não teriam mais relevância no inquérito devido à divulgação dos fatos sigilosos pela imprensa.
Pediu também que a Justiça tome providências junto à Corregedoria de Polícia Civil sobre o vazamento de informações para a imprensa, que dizem respeito às interceptações telefônicas.
Em nota divulgada também esta tarde, a Polícia Civil informou que espera ouvir o jogador na delegacia. Um agente ouvido pelo R7 informou que ele deverá receber uma nova intimação para depor.

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