Humoristas reclamam de lei eleitoral no RJ
Passeata de humoristas contra lei eleitoral começa no Rio e espera reunir 3.000
Lei proíbe entrevistas ou montagens que possam ridicularizar candidatos
Carolina Farias, do R7, no Rio
Teve início na tarde deste domingo (22) no Rio a passeata de humoristas contra a lei eleitoral que proíbe a veiculação, no rádio e na TV, de entrevistas ou montagens que possam degradar ou ridicularizar candidatos.
A organização do evento espera reunir 3.000. Eles se reuniram em frente ao hotel Copacabana Palace e seguirão a pé até o Leme, onde irão ler o manifesto “Humor sem Censura” e recolher assinaturas para um abaixo-assinado que será entregue em setembro ao presidente da Funarte (Fundação Nacional de Artes), Sérgio Mambert.
A manifestação reúne humoristas de várias emissoras de TV e grupos de teatro. Fábio Porchat, também humorista e um dos principais organizadores do evento, espera que o movimento cresça e tome forma na internet ainda esta semana para reunir cerca de 1 milhão de assinaturas para tentar reverter a regulamentação.
Porchat, mesmo tentando falar sério, brincou ao explicar a indignação da classe humorística com a proibição.
- Querem roubar nosso lugar, vamos virar uma Venezuela.
Humoristas de programss de TV como CQC, Pânico, Caceta e Planeta e Zorra Total ajudaram a chamar atenção para a passeata. Vários participantes carregam cartazes e usam narizes de palhaço em apoio à campanha.
O repórter do CQC Danilo Gentilli foi um dos primeiros a chegar e falou sobre a medida.
- Dia desses eu estava assistindo ao horário político quando vi o Tiririca [candidato a deputado]. Eu comecei a rir e aí parei, pensei. Se eu começar a rir, vou ser multado. Em uma democracia, isso não pode ser proibido. Todo mundo tem direito de fazer o que quer. Eu não quero ser levado a sério.
O humorista do Zorra Total Marcos Vera tem um programa nas rádios Tupi e Nativa e brinca, no ar, quando vai falar de algum candidato. Ele diz: “aquela que eu não posso falar o nome ou aquele que estou proibido de dizer”. Para o humorista, a falta de humor durante as eleições afasta os jovens da política.
- É até um clichê, mas o púbico alvo são os jovens.
O ator Nelson Freitas, que também trabalha no Zorra Total, diz que a maior manifestação é o próprio horário político.
- É uma concorrência desleal, mas não vão conseguir tirar nosso humor.
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