'Robin Hood' de Ridley Scott abre o 63º Festival de Cannes nesta quarta

Maior mostra do cinema terá Jean Luc-Godard e Mike Leigh na competição.
Neste ano, júri do festival será presidido por Tim Burton; G1 cobre o evento.

 A riviera francesa se transforma a partir desta quarta-feira (12) na capital mundial do cinema com a abertura oficial do 63º Festival de Cannes, evento que reúne produções dos quatro cantos do planeta e coloca diretores pouco conhecidos competindo lado a lado com medalhões do quilate de Mike Leigh, Abbas Kiarostami e Jean Luc-Godard.

Mas apesar do perfil mais "cinema de arte", o festival serve também como plataforma de lançamento para alguns dos principais blockbusters da temporada. Como a animação "Up - Altas aventuras" e o retorno da série "Indiana Jones" nas últimas edições, desta vez o Festival de Cannes dá a largada com "Robin Hood", nova colaboração entre o diretor Ridley Scott e o ator Russell Crowe ("Gladiador").

Também aproveitam o buchicho do festival - que se estende até o próximo dia 23 e reúne milhares de jornalistas da imprensa internacional - para lançar seus novos filmes os diretores Oliver Stone, que mostra já nesta sexta o seu novo "Wall Street: money never sleeps", e Woody Allen, que volta a Cannes com "You will meet a tall dark stranger". Ambos, no entanto, assim como o "Robin Hood" de Scott, não concorrem a prêmios na mostra competitiva.

Entre os 19 concorrentes à Palma de Ouro deste ano estão títulos como "Another year", do já premiado cineasta inglês Mike Leigh, "Biutiful", do mexicano Alejandro Gonzalez Iñarritu, "Outrage", de Takeshi Kitano, "Copie conforme", de Kiarostami, e o épico russo "Utomlyonnye solntsem 2: predstoyanie", de Nikita Mikhalkov.

'Robin Hood', de Ridley Scott e com Russell Crowe: filme abre 63ª edição do festival. (Foto: Divulgação)

Burton preside júri
Os vencedores da chamada competição oficial, que premia também as categorias de melhor ator e atriz, roteiro e direção, além da Palma de Ouro para o melhor filme, serão anunciados no domingo, dia 23, pelo júri que é presidido neste ano pelo diretor Tim Burton, em cartaz nos cinemas com sua adaptação gótica para "Alice no País das Maravilhas". Em 2009, o prêmio máximo do festival foi vencido por "A fita branca", de Michael Haneke.

Espaço para trabalhos mais independentes e autorais e também para as grandes surpresas do festival de Cannes, a seleção Un Certain Regard (um certo olhar) tem neste ano além dos diretores estreantes - competindo pelo prêmio chamado Câmera de Ouro - um grande número de cineastas queridos do evento, como o português Manoel de Oliveira, que exibe "O estranho caso de Angélica", o chinês Jia Zhangke, que traz "Hai shang chuan qi" (eu gostaria de saber, em tradução livre), o argentino Pablo Trapero, com "Carancho", além do ícone da nouvelle vague francesa Jean-Luc Godard, que apresenta no festival o longa "Film socialisme".

Cena de 'A alegria', nacional de Felipe Bragança
e Marina Meliande. (Foto: Divulgação)

O Brasil, que em 2008 chegou a conquistar o prêmio de melhor atriz com Sandra Corveloni por sua atuação em "Linha de passe", neste ano tem presença mais discreta no festival.

Estreia nesta quinta com a exibição no segmento Cannes Classics de "O beijo da mulher aranha", de Hector Babenco com Sonia Braga, continua com sessão especial na terça do projeto "5x favela, por nós mesmos", capitaneado por Cacá Diegues, e se estende até a mostra paralela da Quinzena dos Realizadores, onde será exibido "A alegria", de Felipe Bragança e Marina Meliande.

Outro destaque do Cannes Classics, dedicado a clássicos do cinema em versão renovada, será a exibição do thriller "Psicose", de Alfred Hitchcock com áudio remasterizado. A sessão está marcada para a outra quinta-feira, dia 20.

O G1 realizará a cobertura completa do festival com fotos, entrevistas e comentários sobre os filmes exibidos já a partir desta quarta.