Cheia no Paquistão é 'maior desastre que já vi', diz secretário da ONU


Cheia no Paquistão é 'maior desastre que já vi', diz secretário da ONU

an Ki-moon pediu urgência em ajuda internacional ao país.
Número de pessoas afetadas pelas enchentes já chega a 20 milhões.


O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse neste domingo (15) que o desastre causado pelas cheias no Paquistão é o maior que já viu em sua vida.
Vítimas das inundações se refugiam no distrito paquistanês Rajanpur, na província de Punjab.Vítimas das inundações se refugiam no distrito paquistanês Rajanpur, na província de Punjab. (Foto: Reuters)
"Já visitei várias cenas de desastres naturais no passado em muitas partes do mundo, mas nada como isso", disse ele, que está no Paquistão para acompanhar os trabalhos de resgate e recuperação em meio às piores cheias no país em oito décadas, que já deixaram mais de 1.600 pessoas mortas e afetaram dezenas de milhões.

"A escala deste desastre é tão grande, tantas pessoas em tantos lugares, necessitando de tanto. Quase um em cada dez paquistaneses foi afetado direta ou indiretamente."
Vista aérea mostra estragos das chuvas no bairro Rajanpur, na província de Punjab.Vista aérea mostra estragos das chuvas no bairro Rajanpur, na província de Punjab. (Foto: Reuters)
"Possivelmente 20 milhões de pessoas e um quinto do país estejam afetados pelas inundações", disse Ban, que pediu neste domingo urgência no envio de ajuda internacional. "Estou aqui para pedir à comunidade internacional que acelere sua assistência ao povo paquistanês", afirmou o secretário-geral ao chegar ao país.
'Além da imaginação'
O secretário-geral da ONU encontrou-se com autoridades paquistanesas inclusive o presidente do país, Ali Zardari, que vem sendo criticado pela forma como lidou com a crise.
Ban Ki-moon visita vítimas das enchentes em um acampamento no distrito de Muzaffargarh.Ban Ki-moon visita vítimas das enchentes em um acampamento no distrito de Muzaffargarh. (Foto: Reuters)Após encontro com Ban, Zardari disse que 'é hora de mostrarmos força, de enfrentarmos necessidades, um momento para a nação se unir', disse ele. "O mundo nunca viu um desastre destas proporções, muito além da imaginação de qualquer um", afirmou o presidente que disse que o país terá que se responsabilizar pela sobrevivência dos sobreviventes "por pelo menos dois anos".
20 milhões
No sábado (14), o premiê Gilani afirmou em um discurso que o número de pessoas afetadas pelas enchentes já chegava a 20 milhões, depois de a ONU ter dito durante a semana que eram 14 milhões.
"Lamentavelmente, as chuvas torrenciais sem precedentes e as inundações devastadoras deixaram mais de 20 milhões de pessoas desabrigadas, destruíram plantações e alimentos que valem bilhões de dólares, derrubaram pontes, estradas e redes de comunicação e energia", disse.
Famílias são obrigadas a abandonar suas casas e procurarem um lugar mais seguro. Famílias são obrigadas a abandonar suas casas e procurarem um lugar mais seguro. (Foto: Reuters)
As autoridades locais advertem que o nível do rio Indus, nas províncias de Punjab e Sindh, pode se elevar ainda mais e piorar a situação já crítica no país de 180 milhões de habitantes.
A ONU advertiu que os afetados pelas chuvas estão expostos a doenças transmitidas pelas águas contaminadas e confirmou no sábado ao menos um caso de cólera. Dezenas de milhares de pessoas também estão sofrendo de diarreia grave, um dos sintomas da cólera.
Sem lugar para ir, moradores da região atingida acampam na beira das estradas.Sem lugar para ir, moradores da região atingida acampam na beira das estradas. (Foto: Reuters)
Apesar da escala da crise, autoridades paquistanesas se dizem preocupadas com a demora na chegada de ajuda internacional. No sábado, o embaixador do Paquistão na ONU, Zamir Akram, disse à BBC que somente agora o mundo começava a se dar conta da dimensão da devastação e que até agora o país não havia recebido ajuda suficiente.
Na semana passada, a ONU lançou um apelo para o envio de US$ 459 milhões (cerca de R$ 811 milhões) em ajuda de emergência ao Paquistão, mas advertiu que no longo prazo serão necessários bilhões de dólares.

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