Sindicatos convocam mais dois dias de greve contra reforma na França

Governo Sarkozy espera aprovar nova aposentadoria no Senado até sexta.
Sindicatos convocam mais dois dias de greve contra reforma na França (Sindicatos convocam mais dois dias de greve contra reforma na França (Franceses ampliam protestos às vésperas de votação da reforma da Previdência (AP)))

Protestos nacionais foram chamados para 28 de outubro e 6 de novembro.
Governo Sarkozy espera aprovar nova aposentadoria no Senado até sexta.



Os principais sindicatos da França convocaram nesta quinta-feira (21) mais dois dias de protestos nacionais contra a reforma da Previdência proposta pelo governo de Nicolas Sarkozy.
Os protestos devem ocorrer nos dias 28 de outubro e 6 de novembro.
As centrais sindicais conclamaram "o governo e os parlamentares a não aprovar a reforma", anunciando nova reunião para o dia 4 de novembro para estudar o próximo passo da mobilização contra o projeto
Mas o governo não recua, e espera votar a reforma no Senado até esta sexta-feira (22).
Manifestantes protestam em Paris nesta quinta-feira (21).Manifestantes protestam em Paris nesta quinta-feira (21). (Foto: AP)
Nesta quinta, novos protestos de rua e confrontos tomaram o país.
Manifestantes franceses bloquearam o aeroporto de Marselha, pneus interromperam avenidas e uma apresentação da cantora Lady Gaga foi cancelada. Um quarto dos 12,5 mil postos do país estava sem combustível, apesar da ordem do presidente francês, Nicolas Sarkozy, de abrir à força barricadas em depósitos de combustíveis.
A falta de combustível e a violência dos protestos estudantis dificultaram ainda mais o diálogo entre o governo e os sindicatos, que acreditam que a aposentadoria aos 60 anos é um direito por merecimento. A reforma pretende aumentar a idade mínima para 62 anos e, a integral de 65 para 67 anos.
Centenas de trabalhadores bloquearam todos os acessos ao principal aeroporto de Marselha por cerca de três horas nesta quinta-feira. Os passageiros carregavam suas bagagens pelas vias bloqueadas e tentavam escalar o terminal, antes da polícia chegar e dispersar os manifestantes.
"Hoje, 74% dos postos estão total ou parcialmente abastecidos e 26% sem combustível", disse o ministro francês do Interior, Brice Hortefeux, em entrevista à rádio Europe 1. "Nos depósitos há reservas de combustível para várias semanas", completou, descartando a possibilidade de escassez a curto prazo.
Jovens manifestantes tentam derrubar carro em protesto em LyonJovens manifestantes tentam derrubar carro em protesto em Lyon (Foto: AP)
Estudantes bloquearam a entrada de uma escola de Paris e planejam manifestações nacionais na tarde desta quinta, dia que o Senado pretende finalizar o adiado debate sobre a reforma, que Sarkozy considera crucial para sua Presidência. Na cidade de Lyon, manifestantes jogaram pedras na polícia na noite de quarta.
O governo francês - como muitos outros endividados da Europa - diz que o aumento da idade para aposentadoria e o aprimoramento do sistema de pensão é vital para garantir que as futuras gerações recebam qualquer pensão. Os sindicatos dizem que a classe trabalhadora é punida injustamente  pela reforma e que o governo deveria buscar financiamento para a pensão em outro lugar. Eles temem que a reforma dê início ao fim de uma série de benefícios que fazem da França um lugar invejável de se morar e trabalhar.
Sindicatos que tomam a dianteira nos protestos se reunirão nesta quinta para decidir os próximos passos.
O Ministério do Interior disse que 245 pessoas foram detidas, elevando a quase 2 mil o total desde 12 de outubro.
Francesas protestam contra a mudança de regras nesta quinta-feira (21) em Paris.Francesas protestam contra a mudança de regras nesta quinta-feira (21) em Paris. (Foto: AFP)
O ator Tim Robbins e sua banda cancelaram uma temporada que fariam em Paris, e a cantora Lady Gaga adiou shows marcados para a capital. A Air France-KLM informou que as greves estão custando 5 milhões de euros por dia para a companhia aérea.

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